O MAL AGRADECIDO...
I
Querido computadô...
Boa tarde! Já cheguei!!!
Mais foi mode u’as brigas...
O motivo que demorei!
Tem tanta invejosa...
Que só pensa em dar o cano...
Já não chegou o prejuízo...
Que nos deu em cinco anos!!!
A coitada da muié...
Achou esse cabra num posto...
Morando num caminhão...
Valia menos que um cão morto!!!
Pegou esse sujeito... Levou pra casa...
Deu café na cama, comida boa!!!
Muita paz e muito gosto!!!
Gastando seu tempo á toa!!!
O cara era um lixo...
O ditado encaixa nele...
Tem pena do miseráve...?
Toma então o lugar dele!!!
Foi o que ela fez... Ô dó!!!
Depois que dele fez gente...
Se achando o grande...
Mostrando ser u’a serpente!!!
Deram a ele dinheiro e comida...
Vida boa... Paz... felicidade!
Tomaram um pé nos fundos...
Pois é um apruveitadô de verdade!!!
Enquanto ixistí muié burra
Ele vai menmo se dá bem!!!
È Apruveitadô de primêra...
Num considera ninguém!!!
Ganhou sapatos...Meias...E roupas...
Mas não foi no labor da luta...
Agora elas são as trouxas...
Sem vergonhas e... (deixa pra lá...)...
Coitada da bicicleta dele...
Sua cor já disbotou...
Foi de tanto buscar biscoito...
Depois o balde chutô!!!
Buscava carne... Ovos e leite!
E era aquela aligria!!!
A mãe dela alimentano cobra...
Pra mordê nela um dia!!!
Levava carne prontinha!!!
Até seis cupins de uma veiz!!!
Pagou com a maió covardia...
Todo o bem que elas lhe feiz!
Todo mundo na sucal sabe
De quem é que tô falano...
Dum cabra bem discarado...
Num tem brio de se dizer home!
Ganhava café na cama...
Num sabia o quanto custava...
Era mesquinho e avarento...
Alegava a pouca comida que dava...
Se a coisa ia pretiando...
Dava um jeitinho de ir...
Buscá na casa da sogra
Sem nem vergonha senti!!!
Se precisava viajar...
A sogra era o banco!!!
Fazia uma cara de pau...
É sogra! Preciso de tanto!!!
Mais pagá que é bão...Me livre!!!
Se pozando de santinho...
Era mestre em prejuízo...
Se passando por bãozinho!!!
Depois faiz papel de vítima...
Triste... Humilde... Desprezado!!!
Quem não o conhece que o compre...
E vai ver que belo achado!
A mulher disse assim:
Não se preocupe comigo!
Pois não perdi a batalha...
Pois tenho Jesus comigo!
Ele é justo e... Nunca falha!
O que tiraram de nós
Teremos em dobro com certeza!
Mas os aproveitadores...
Será que terão riquezas?
O MAL AGRADECIDO
II
O que ele tirou de mim
Lhe será por pura perda!
A parte que me caberia...
Outra levará com certeza!
Vai ficar assobiando...
A saudade de Matão...
Relembrando dias felizes...
Que eu garanto: não mais virão!!!
Só os aproveitadores
È que dele se aproxima...
De nóis nunca tira mais nada...
A água secou, dessa mina!!!
Vai trabalhar vagabundo!!!
A mamata acabou!!!
Já sugou tudo que tinha...
A pobre teta secou!
No lugar de café na cama
Terá é muito desgosto!!!
Pois já não te consideram rei...
Pois não passas de um cão morto!!!
Morra agora de remorsos...
Por pisar em quem te ajudou...
Pois você é muito ingrato...
O teu veneno te ferrou!!!
Quando estiver jogado
Com frio ou fome talvez...
Vai chorar amargamente...
Colhendo o mal que nos fez!!!
Lágrimas de crocodilo
Não poderão te ajudar...
A colheita será farta...
Quem te mandou semear!!!?
Depois de muito apanhar
Quem sabe você aprende...
Então terá mais cuidado...
Não xingará tanta gente!!!
Dê uma olhada em tudo
Agora está como você quer!!!
Tudo é seu! Gostou assim?
Não vai dar nada pra mulher!
E também comida boa...
Será que anda comendo?
Pois ficou muito próspero...
Com um orgulho tremendo!!!
Suas roupas estão bem cuidadas
Porque você paga bem...
Sua casa muito limpa...
Como limpa igual, não tem!
E o quintal, que primor!!!
Muitas flores, que jardim!!!
Pra quê ficar tão cabrêro?
Você mesmo quis assim!!!
Agora tem muito assunto
Pra viver de casa em casa...
Contando muita vantagem...
De como lhe roubaram as chaves!!!
Covardia é coisa feia
De gente falsa, fingida...
Quando vê a coisa preta...
Corre pra casa das amigas!
Fica sempre se escondendo
Embaixo da saia da vizinha...
Diz por ai que é homem brabo...
Tenho pena da franguinha...
De mim correu duas vezes...
Estava morrendo de medo!!!
Ficou amoitado na vizinha...
Até no outro dia cedo!!!
Mas eu não sou urubu...
Nem limpa mundo, tampouco!!!
Vê se eu vou me sujar...
No seu angu de caroço!!!
Mas correu de mulher
Que vergonha!!! Não e bravo!??
Precisou chamar meganhas...
Pra ficarem do seu lado!
Chamou policia... Oficial...
E até advogado!!!
Nos fomos de cara limpa...
Enfrentar o homem brabo!!!
O MAL AGRADECIDO
III
Óia aqui seu sordado!!!
Eza qué me batê!!!
E vai robá os meus trem!!!
O Sior num vai me defendê???
-Eu num infrento essas fera...
As duas é um pirigo!!!
Me acode aqui seu sordado...
Eza vai me dá prijuízo!!!
- Doto advogado me acode!!!
- Tira essa muié daqui!
- Cume que vô corrê pa vizinha...
- Céza num me dexá saí!!!
- Ainda bem que o burracheiro...
- Num ficô sabeno de nada...
- Se não ia pô o garnizé...
- Pá cantá de madrugada!
O galo ia cantá...
E sem arredá o pé...
Contano pra todo mundo...
Que eu corri de muié!!!
Computadô ela parô...
Cansô de falá em gente ruim...
A teta que era boa secô...
A mamata chegô ao fim!!!
Tem coisa ruim que inté é boa...
Eu vô contá prucê...
Aquela muié bobinha...
Cansô de cê besta e sofrê!!!
Agora ela escreve livro...
Faiz inté rima e prosa...
Pinta muita tela...
È u’a muié prestimosa!
Tem a vida muito boa...
Fez ate implante de dente...
Tem casa mubiliada...
Agora parece gente!
Num trata mais de vagabundo!
Vive só pra louva a Deus!!!
Tem computadô e Internet...
Um vidão que Deus lhe deu!!!
Homem ruim num mija mais
Nem perto do seu se banheiro!!!
Ela mora só, com Deus...
O seu mió cumpanhêro!!!
Pa cumê o que ela ganha...
Basta só a sua fome!!!
Num qué sabê de vagabundo...
Homem rúim...Morto de fome!!!
Sai e chega quando qué
Nem tem que dá satisfação...
Deus me livre de cabresto!!!
Sai pra fio do cão!!!
Vive feliz e facêra...
Vendendo saúde, aligria!!!
Água fresca e sombra boa!!!
Era sempre o que queria!!!
A vida dela é muito boa...
Nem que oiá pá traiz!!!
O passado de coisa negra...
Nem na lembrança ela traiz!!!
Vive gorda e bem facêra...
Muita fartura agora tem!
Largou de ajudar vagabundo...
Falta de nada ela tem!.
É isso ai computadô!!!
Gostô dessa verdade?
O paiassu perdeu a mamata...
Essa é a realidade!
Deve ta pagano caro...
A ingratidão que ele feiz...
Sabe que nunca, nunca mais...
Terá uma chance outra vez!!!
Zé Ruffino.
Bauru – SP. 25/08/1999.
10:30 Hs.
ELE tem nome...subrinome e mora na Pertolândia...ou coisa paricida...kkkk
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